Sobre o
Kardek e Polidoro

No fim do século passado, Deus enviou à terra do Cruzeiro do Sul espíritos precursores para preparar o caminho do Término da Restauração.

Os mais importantes foram: Apóstolo João Evangelista, reencarnado, conhecido com o nome de Barão do Rio Branco. Foi responsável por deixar, de maneira diplomática e, portanto, pacífica, o Brasil na forma de um coração; e Apóstolo Lucas, com o nome de Bezerra de Menezes Cavalcante, médico de profissão, tendo muito trabalhado pela edificação do Espiritismo, ficando conhecido como o “Kardec brasileiro”.

Além de outros pioneiros menores, reencarnaram, em 1910, Francisco Cândido Xavier e Osvaldo Polidoro.

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Viveu 65 anos (1804 – 1869).
Antecedentes de sua volta à carne: estando no mundo espiritual, foi-lhe dito que uma onda de “materialismo” poderia invadir a Europa e pôr a perder tudo o que havia sido conseguido até então.
Apesar de todos os defeitos e vícios que a Igreja Romana apresentava, ela, entretanto, em razão de sua organização, deixou bem caracterizados no mundo os nomes de Deus, Jesus e dos Apóstolos. Essa vaga materialista poderia acarretar um retrocesso indesejável, com graves reflexos espirituais na escalada evolutiva do Planeta.
A previsão era a de que a Filosofia Positivista, que deveria grassar na França e espalhar-se pela Europa e outros continentes, iria colocar em risco o que mal ou bem a civilização ocidental, em termos espirituais, já havia conquistado.

O POSITIVISMO

Augusto Comte, nascido em Montpellier, França (1798 – 1857), criou um “sistema” filosófico, originado na reflexão da Filosofia e Ciência do séc. XIX. Esse Sistema Positivista acha-se exaustivamente exposto na sua obra Curso de Filosofia Positiva, composta de seis volumes. Em síntese, para ele, a evolução do pensamento humano deu-se em três etapas. É a conhecida “Lei dos Três Estados”.
A primeira é a Teológica: nos primórdios, a humanidade procurava a explicação para os fenômenos da natureza e do universo, através do Politeísmo. Evoluindo, passou para o Monoteísmo.
A segunda é a Metafísica (meta = além de): os fenômenos passam a ser explicados abstratamente pela razão. É o chamado “racionalismo abstrato” (ex.: o Iluminismo do séc. XVIII).
A terceira é a Positiva: procura-se explicar os fenômenos da natureza “positivamente”; isto é, através da simples observação e experimentação, visando descobrir as leis que os regem.
Em outras palavras, é através dos efeitos físicos (portanto, “objetivos, tangentes, visíveis, e palpáveis”), que se poderá chegar as suas causas e, consequentemente, as suas Leis Regentes Fundamentais.
Tudo aquilo que estiver além dessa área deverá ser consi-derado metafísico, e não terá qualquer valor. É o chamado racionalismo “sensível”, oposto ao racionalismo “abstrato”.
Essa etapa Positiva corresponde à Científica do séc. XIX. Nesse século, a ciência passa a dominar todas as atividades humanas. Só a ciência é que tem condições de captar os fe-nômenos tangentes. Seu “sistema” provocou uma verdadeira “revolução no pensamento da época”, e passou a empolgar por toda a segunda metade do séc. XIX as elites culturais da Europa e, inclusive, do Brasil (ex.: José P. de Almeida e outros, entre os quais alguns que foram seus alunos).

O ESPIRITISMO

Encarna em 1804, na cidade de Lyon, na França, LEON HIPOLLYTE DENIZART RIVAIL. Logo jovem, dedicou parte de sua vida às atividades educacionais, tendo sido discípulo do célebre educador Pestalozzi. Quando começaram a surgir os fenômenos mediúnicos “tangentes”, como as mesas girantes e falantes, incorporações de espíritos, fosforescências, xenoglossia e psicografias, passou a se interessar por eles.
Sendo considerado um homem culto, inteligente e com grande capacidade de organização, em 1854, portanto, com 50 anos, iniciou-se nas “experiências espirituais”. Trabalhou com 1.100 grupos de médiuns, ocorrendo então um 3° Pentecoste.
Tornou-se o grande “sistematizador” das comunicações espirituais, dando-lhes o nome de “ESPIRITISMO”. Aos poucos, foi codificando-as e, já em 1857, escreveu o Livro dos Espíritos. Deu-lhe essa denominação para não ocorrer confusão com o Livro dos Mortos – Bíblia Egípcia. A esse livro, ele acrescentou as obras O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns (1864), O Céu e o Inferno, O Gênesis, Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, além da conhecida Obras Póstumas, organizada e publicada após o seu desencarne.
A grande influência intelectual da França no séc. XIX, da mesma forma como favoreceu a expansão do Positivismo, deu oportunidade a que o Espiritismo igualmente se difundisse pela Europa e países de outros continentes.
Obviamente enfrentou duas correntes contrárias:
a) cientistas materialistas
b) católicos e protestantes
Muitas pessoas procuravam como “consolo” saber do desencarne de entes queridos. Homens de ciência também passaram a se interessar. A simples “curiosidade” foi cedendo lugar à “investigação séria”. Os fenômenos passaram a ser de observação sistemática e explicações científicas.
ALLAN KARDEC – pseudônimo adotado, relacionado a uma vida entre os druídas, era maçon e de formação positivista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Na mencionada Obras Póstumas, pode-se citar algumas passagens importantes em que o Espírito da Verdade lhe dava informações a respeito daquela vida e de “uma futura”, quando deveria terminar a obra, então apenas “iniciada”:
1- “A nossa ação sobre ti é constante, de tal forma que não podes a ela se furtar.”
2- “Uma obra como a que juntos elaboramos requer isolamento, e o mais completo recolhimento.”
3- “Assim, é fácil compreender agora a razão pela qual nos era necessário ter-te afastado de qualquer preocupação que não fosse a da Doutrina.”
4- “Aos soldados que se batem pela Santa Causa, virão juntar-se novos combatentes, cujas palavras e escritos farão sensação e levarão às falanges adversas a perturbação e confusão.”
5- “A VERDADE não será conhecida e assimilada senão depois de muito tempo.”
6- “Tu não verás nesta encarnação senão o começo do sucesso da tua obra.”
7- “É necessário que voltes a encarnar noutro corpo, para então complementares o que iniciastes. Assim, nessa nova encarnação, terás a satisfação de observar em plena frutificação, a semente que espalhastes pela terra.”
8- “Desta forma, tu não ficarás muito tempo entre nós. É necessário que voltes para completar tua missão, que não pode ficar concluída somente nesta encarnação.”
9- “Se fosse possível, continuarias aí na carne. Porém, é preciso obedecer à lei natural. Ficarás ausente por alguns anos e, quando voltares, o será em condições que te permitirão trabalhar com mais êxito.”
Em “observação” a esses avisos espirituais, escreveu Kardec: “Calculo que a minha volta deverá ser para o fim deste século ou para o começo do outro”.
Essa “observação” é de ser admitida como de fundamental importância, não podendo de forma alguma ser esquecida ou marginalizada, relegando-se a um segundo plano, como parece que tem acontecido nos meios espíritas.
Obviamente, o raciocínio sobre essa afirmação só poderá ser este: “Ele já veio para terminar a Obra apenas iniciada.” E essa vinda se deu, de duas, uma: ou no fim do século passado (XIX) ou então, no começo do (XX).
A não ser adotando-se atitude “escapista”, não há como fugir desse dilema. A toda evidência, logicamente ele já veio, porque estamos no início do século XXI… Assim, a conclusão irretorquível, sem sombra de qualquer dúvida, só pode ser esta: “a Obra já está concluída”.
Destarte, estudar somente a Codificação acrescida de outras obras doutrinariamente menores, romanceadas ou não, espiritual e intelectualmente, não será prudente e, muito menos, satisfatório.
Dessa maneira, urge saber quem é ele reencarnado e, com toda seriedade, respeito e entusiasmo, estudar profundamente o “seu término da Restauração”.
A não ser assim, sua Obra estará incompleta, falha e omissa… Fato este, verdadeiramente lastimável para toda a Humanidade.
Outra atitude, que não seja a de cerrar fileiras em torno dele, objetivando conhecer, viver e colaborar para a divulgação da Obra completa, salvo melhor juízo, acarretará aos negadores e omissos grave responsabilidade perante a Justiça Divina.
Por fim, ainda em Obras Póstumas, conclui ele: “Um dos maiores obstáculos à propagação da Doutrina é a falta de Unidade”.
Trabalhou por ela cerca de 15 anos (dos 50 aos 65 anos). Desencarnou em 1869. Na França, infelizmente, o Espiritismo praticamente desapareceu…